sábado, 15 de maio de 2010

Então, vamos por a mão na massa



Para quem está lendo sobre pão pela primeira vez, talvez isso tudo seja um pouco massante, mas estamos falando de massa não é mesmo?
O processo para se fazer um pão passa por misturar os ingredientes, trabalhar a massa, descansá-la, moldá-la, novo descanso e finalmente assá-la.
A massa básica de pão se faz com farinha, água, sal e fermento na proporção de 1: 0,7 : 0,02: 0,02. Os ingredientes devem ser misturados em uma vasilha até que se tenha uma mistura homogênea.
A próxima fase, trabalhar a massa, é a meu ver a mais importante, pois é nela que se mistura ar e dá vida à massa. Literalmente põem-se a mão na massa. É um manuseio cuja beleza é ver a transformação de uma mistura pegajosa em uma massa macia e elástica. Muitos chamam essa fase de sovar a massa (de dar uma sova, surra), porque o manuseio tem que ser firme e vigoroso, mas surra é o que a coitadinha não merece. A técnica que uso me foi ensinada pela minha sogra, que vem dos ancestrais italianos. Com a mão esquerda segura-se a massa e com a direita empurra-se formando um sulco. Com os dedos da mão direita enrola-se a massa sobre o sulco, aprisionando-se ar – veja fotos. A seguir amassa-se com as duas mãos, formando-se uma bola. Repete-se tudo de novo por mais ou menos 20 minutos.
Depois de toda essa “surra” é hora da massa descansar (e o padeiro também). Deve-se deixar a massa em uma vasilha coberta com um pano em um local morno e isolado, por aproximadamente uma hora, onde com a fermentação irá fazê-la crescer até dobrar de volume. É no descanso que se desenvolve a estrutura e se aprimora o sabor, tal qual nós, os corredores, que após um treino longo, descansamos para aprimorar a resistência.
Com a massa descansada e crescida, começa a fase da arte de moldar o pão, onde toma a sua forma final. Essa é a hora da criação, de explorar a sua habilidade manual, sua criatividade.
Depois da massa assumir sua identidade, volta ao descanso – mais meia hora – para adquiri maturidade e ficar pronta para se expor ao mundo, virar pão.
Finalmente vai ao forno, onde o calor encerra o processo de fermentação, e quando estiver pronto, enche o ambiente com o mágico cheiro de pão.

Esse é só o pão básico. Porém, usando diversos tipos de farinhas, óleos, açúcares, sementes, essências, bebidas (até a nossa cachaça), recheios, temperos; modificando o modo de preparo e os formatos e, usando-se imaginação e criatividade, pode-se ter uma infinidade de tipos de pães, mas isso é assunto para várias outras postagens...

2 comentários:

Rezinha disse...

Acho que quero aprender a fazer pão. Não quero perder a tradição de passar dos avós, pais para filhos e netos! Preciso aprender a fazer o doce da vó, a palha, o pão...o risoto da mommys o Vini já sabe fazer! Mas preciso pegar umas outras receitas com ela!! beijão!

Mayra disse...

Pai, aprendi a postar comentários! Parabéns o blog tá muito legal! Mal posso esperar pelos próximos post e aprender mais sobre os pães! Gosto de ver vc fazendo os pães do Zé Roberto quando consigo pq assim aprendo ao vivo!! E nada melhor q o cheirinho de um pão saindo do forno...uhm!!