domingo, 23 de maio de 2010

Primeira receita e um pouco de história


Como escrevi anteriormente, usando uma grande variedade de ingredientes, podemos criar pães para vários gostos e ocasiões. Pães salgados ou doces, recheados ou condimentados, para acompanhar o café da manhã ou uma refeição, para ver, cheirar ou saborear. Um pão que gosto muito, é um bom companheiro de café com leite quentinho e também nutritivo é o pão de aveia. A farinha de aveia é muito fácil de se achar em supermercados, fica junto das aveias em flocos ou flocos finos. Esse pão é mais sofisticado que o básico mencionado no post anterior, mas o modo de preparo é semelhante. Vamos aos ingredientes: 2 + ¼ xícaras de farinha de trigo, 3/4 de xícara de farinha de aveia, 1 xícara de água, 2 colheres de sopa de óleo – girassol ou canola, 2 colheres de sopa de açúcar, 1 + ½ colher de chá de sal, 1+ ½ colher de chá de fermento biológico seco instantâneo – vendido em envelopes de 10gr. ou 1 tablete (15gr.) de fermento fresco.
Misture em uma vailha grande a farinha de trigo e farinha de aveia e reserve. Misture a água, óleo, açúcar e sal. Se for usar fermento fresco, misture-o com 1 colher de açúcar e depois adicione ao líquido. Se for usar fermento seco, misture diretamente na farinha. Adicione aos poucos o líquido à farinha até obter uma mistura homogênea. Trabalhe a massa conforme descrito no post anterior, escolha um formato para o pão – prefiro redondo como broa, ou vários pãezinhos. Se preferir, antes de ir ao forne, pincele com clara e salpique flocos de aveia. Asse em forno a 200 oC por aproximadamente 30 minutos – de uma olhadinha de vez enquando para ver se já está “light brown”. Desfrute primero o cheiro, depois o sabor de uma fatia quentinha desse pão saudável.
Como me dá cosquinhas para contar histórias, lá vai mais uma:
Trabalhar a massa com as mãos dá a sensação de intimidade, mas as vezes não há tempo e devo confessar vontade de fazer tanto exercício. Assim, comecei a cobiçar uma máquina de pão. Na época, por volta do fim do século passado – não faz tanto tempo assim como a frase pode sugerir, não havia máquina de pão a venda no mercado nacional. Ficava vendo sites de lojas nos USA e cobiçando aquelas maravilhas que faziam tudo sozinhas. A oportunidade surgiu quando no final de 2000 fui trabalhar por alguns meses na região de Boston. Fomos todos para lá – mulher e filhas passar as férias de fim de ano. Havia uma loja de departamentos chamada Bradelles – já conhecíamos desde a primeira vez que moramos lá por mais de um ano, que estava liquidando tudo. Para nossa surpresa estava fechando – “out of business sale”. Passeando pela loja, para aproveitar a liquidação, achei a minha primeira máquina de pão por uma pechincha: $43,00. Comprei na hora, e lá fomos nós para o hotel com o meu mais novo brinquedo. Nós quatro estávamos hospedados em um flat onde havia uma cozinha integrada a sala e ao quarto. Era muito conveniente, porque podíamos fazer nossa comida. No inverno de –20 oC nem sempre é agradável sair pra comer. Outra vantagem de estarmos os quatro em um mesmo quarto foi a convivência e intimidade que uniu ainda mais a família e pode nos mostrar e aceitar as diferenças e semelhanças de cada um vividas 24 horas por dia. Ter a cozinha integrada ao quarto, produziu uma surpresa que nos faz lembrar do local, depois de muitos anos, pela memória olfativa. Fuçando no manual da máquina, descobri que podia programá-la para que o pão ficasse pronto na manhanzinha do outro dia. Coloquei os ingredientes na ordem sugerida, e programei para o pão ficar pronto por volta das 7:00hs. Lá pelas 6:45, acordamos com um aroma maravilhoso que preenchia todo o quarto. Era o cheiro do meu primero pão feito na minha primeira máquina de pão...

Um comentário:

Rezinha disse...

Nossa memória olfativa é incrível, né? Ao ler o post, me veio o cheiro do pão, que estava quentinho pronto na máquina de pão. Que tempo gostoso!!!! Essa experiência ninguém tira de nós! :)

bjão!